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domingo, 21 de agosto de 2011

50 coisas que qualquer nerd deve fazer antes de morrer

Você prefere construir um robô de lego a escalar o Monte Everest? Zerar o Angry Birds em vez de pular de paraquedas? Veja a nossa lista geek.


Todo mundo tem uma lista de tarefas a completar. Não aqueles afazeres de todos os dias, mas aquelas aventuras que sonhamos em fazer um dia, antes de partir. Bem, em geral, esse inventário é composto por viagens, refeições, epifanias, mas e quanto aos nerds? Será que eles não têm alguns objetivos mais, digamos, inusitados?
Que tal em vez de escalar o Monte Everest, bater o recorde mundial no Donkey Kong? Ou dispensar o Machu Picchu, pois o que importa mesmo é construir seus próprio PC? Aqui na PC World – americana – resolvemos montar uma lista nerd, a partir de perguntas feitas aos funcionários.
Dividimos em cinco categorias: computadores, mobilidade, games, hacker e turismo tecnológico. Eis o resultado:
Computadores (David Law, repórter da PC World)
  • Aprender a programar.
  • Testar um sistema operacional open source.
  • Configurar meu sistema em dual-boot.
  • Ensinar uma criança a usar o computador.
  • Ensinar um parente a consertar um computador.
  • Construir um computador a partir de peças de reposição.
  • Começar meu blog Tumblr.
  • Usar três monitores para a mesma máquina.
  • Transformar o PC em um media center.
  • Configurar outro media center para colocá-lo em meu carro.

Mobilidade (Armando Rodriguez, repórter de mobilidade da PC World)
  • Ter o controle total sobre o sistema do celular (root).
  • Testar todas as plataformas móveis.
  • Desenvolver meu próprio aplicativo.
  • Ter uma bateria para smartphone que dure o dia inteiro.
  • Controlar tudo na minha casa com o celular.
  • Completar uma ligação no iPhone sem que elacaia.
  • Zerar o Angry Birds, com três estrelas em todas as fases.
  • Encontrar um bom jogo para meu smartphone que não seja um clone de Angry Birds, Fruit Ninja ou Cut The Rope.
  • Desenvolver um game para iPhone que se torne o mais vendido da App Store.
  • Tornar-me um mestre na arte de digitar em teclado virtual (sem usar o corretor automático).

Games (Nate Ralph, repórter de desktop da PC World)
  • Passar pelo dia nove no Starcraft II
  • Participar de um ataque conjunto no World of Warcraft.
  • Ganhar um jogo na Paciência.
  • Desenvolver uma máquina de realidade virtual para jogos de tiro em primeira pessoa – e jogar todos os games do gênero nela.
  • Zerar algum Metal Slug em menos de três meses.
  • Ganhar no Campo Minado em menos de um minuto.
  • Participar ou organizar uma festa em uma Lan House.
  • Zerar o Doom II.
  • Criar o meu mapa para Starcraft ou algum outro game de tiro em primeira pessoa.
  • Participar de uma campanha no Dungeons & Dragons.

Hacker (Nick Mediati, especialista da PC World em segurança, navegadores e sistemas operacionais)
  • Fazer parte de uma comunidade hacker.
  • Aprender a soldar.
  • Programar em BASIC C.
  • Aprender a usar o Arduino.
  • Imprimir alguma coisa em 3D.
  • Construir um robô (não precisa ser sofisticado como este)
  • Construir um robô com peças de lego.
  • Instalar o Android em qualquer dispositivo imaginável.
  • Criar um hack para o Kinect.
  • Criar um computador que possa ser usado como roupa ou um relógio de pulso que vire um computador.

Turismo Tecnológico (Alex Wawro, editor assistente da central de testes da PC World)
 
[Via PC World/US]

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os ensinamentos sagrados da cultura geek

As Leis da Robótica de Isaac Asimov ou frases de super-heróis como “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidade” não são apenas pedacinhos famosos da cultura geek. De certa forma, elas explicam os nosso valores morais e, com o distanciamento cada vez maior das religiões tradicionais, acabam virando as escrituras sagradas dos nossos tempos pós-modernos. Se você pudesse conversar com um Jedi ele ensinaria mais ou menos o mesmo que Moisés, Buda ou Abraão. Ou é mais ou menos isso que pensam os autores do livro Geek Wisdom, lançado este mês nos EUA. Espécia de auto-ajuda geek, o almanaque traz algumas análises interessantes sobre os discursos de nossos ídolos imaginários e os ensinamentos por trás deles. Traduzimos três microcapítulos para você refletir neste domingo.
Introdução
Geek Wisdom é o primeiro compêndido de ensinamentos sagrados vindos de várias fontes de “escritura sacra” dos geeks, esta massa esquisita de cultura pop e arte variando de cinemas-pipoca a romances esotéricos e slogans clássicos de camisetas. Star Wars, A Princesa Prometida, Albert Einstein, Stan Lee. De fontes como estas nós juntamos (e nos debruçamos sobre) as mais profundas e puras ideias e ditos que poderíamos encontrar. Aqueles que acertam em cheio o coração da vida no século vinte e um. Aqueles que nós nos referimos como se fosse da Bíblia, ou de Shakespeare. Aqueles que, cada vez mais, emergiram do underground para formar a estrutura celular de um novo cânone da nova cultura. A escritura da nossa cultura. E com ela faça-se com que os geeks herdem a Terra.
* * *
“Pior. Episódio. De todos.”
- Cara dos Quadrinhos, Os Simpsons
“Bazinga!”
- Sheldon, The Big Bang Theory
Se os geeks têm algo de sobra, é opinião. Nós bradamos nossas visões de mundo como espadas vorpais +1, invocando furiosamente o nosso julgamento sobre entretenimento descartável como se estivéssemos debatendo as escrituras. Aqueles entre nós que já frequentaram fóruns de Internet e salas de chat não apenas conhecem pessoas como o Cara dos Quadrinhos dos Simpsons, nós já fomos ele. Nós nos equilibramos em uma sensível corda bamba entre uma admirável paixão pelas coisas que a gente gosta – naves espaciais, super poderes, heróis, histórias fantásticas – e uma militância quase assustadora sobre A Maneira Certa de Gostar dessas coisas. Isso é parte de nós. O Cara dos Quadrinhos enche o saco não só porque ele é chato – apesar de ser –, mas porque nós, em nossos piores momentos, também podemos ser cegamente críticos e socialmente ineptos. Faz tempo que saímos dos quartos e porões, tomamos conta da cultura popular e desenvolvemos a capacidade de rir da imagem que nós, enquanto coletivo, um dia projetamos.
Mesmo assim, às vezes nós regredimos.
Um dos embaixadores mais visíveis da cultura geek desta década, o Sheldon Cooper de The Big Bang Theory é um físico teórico bem sucedido em tudo, desde um Ph.D. na pré-adolescência ao domínio das regras daquele clássico jogo chamado Pedra, Papel, Tesoura, Lagarto, Spock. Levando o velho estereótipo do CDF assexuado a alturas nunca antes imaginadas, Sheldon é um acadêmico metódico e higiênico que, ainda assim, tem amigos cujas companhias o beneficiam muito. Em teoria, ele é exatamente o tipo de pessoa que muitos geeks apontariam como porta-bandeira. Mas à medida que a narrativa do seriado foi evoluindo, as piadinhas que os outros personagens faziam às custas do Sheldon foram ganhando cada vez mais reação dele: a sua excentricidade virou infantilização, as suas observações secas e diretas começaram a soar cada vez mais como provocações completamente arrogantes e as suas piadas internas viraram bordões enlatados prontos para serem usados em qualquer cena que os roteiristas não conseguissem encerrar coerentemente. (Sim, estou falando do “Bazinga”.) Geeks do mundo, não permitam que isso aconteça com vocês. Tudo bem que nós gostamos de nos esbaldar na nossa própria nerdice, mas é fácil acabar no lado negro sem perceber. Tente não se tornar uma caricatura de você mesmo. E se você insiste em ter um bordão pessoal, pelo amor de Deus, tente não usá-lo toda hora.
* * *
“The cake is a lie.”
- PORTAL

GLaDOS, a inteligência artificial que serve como antagonista em Portal, o jogo da Valve aclamado pela crítica, possui uma característica rara e inesperada para um computador. Ela mente. Quando ela te diz “vai ter bolo”, na verdade ela está querendo dizer que vai ter morte. Mas, ei, bolo não soa muito melhor? Essa hipotética porção de sobremesa inexistente é a maneira subjetiva que Portal usa para simbolizar as mentiras que nos contam o tempo todo em qualquer sistema opressivo e mentiroso. O bolo é a promessa de segurança que serve como desculpa para políticas intrusivas que governos tomam contra seus inimigos. É o “eu te amo e prometo que não vai se repetir” do marido que agride a mulher. É a propaganda da nova melhor coisa do mundo que você precisa comprar porque vai fazer o amanhã melhor que o hoje. Todos nós já recebemos a promessa do bolo. Alguns de nós, depois de centenas de vezes pegando a colher, percebem o que realmente está sendo servido e tentam contar para as pessoas o que vimos. O problema e fazê-las ouvir. Porque, afinal, quem não quer bolo?
* * *
*“I CAN HAS CHEEZBURGER?”
- Meme da Internet
*

Pegue duas notícias. Uma fala sobre um crime horrível, talvez um homicídio duplo. Misture um incêndio criminoso, para ficar ainda pior. A outra notícia envolve um vídeo no YouTube em que um fofíssimo filhotinho de gato é chutado por um adolescente babaca. Duas pessoas mortas e uma casa em chamas depois, haverá dez, vinte, cem vezes mais revolta com o gatinho chutado. O fato é que nós nos reconhecemos como os macacos muito inteligentes, mas muito cruéis, que somos, e nos atraímos pelo que vemos como a inocência pura dos nossos animais de estimação. Alguém poderia chamar isso de baixa autoestima, mas é mais do que isso. É uma manifestação do nosso senso de justiça. As vítimas são humanos? Que triste, mas fazer o quê? Pessoas são ruins. As vítimas são gatinhos? Inaceitável! Peguem as tochas e os arados! Por isso, quando um gato amante de “cheezburger” causou uma explosão de imagens de felinos com dificuldades gramáticas, a cultura geek não estava apenas dando umas risadas. Ela estava colocando seus braços protetores em volta da materialização da própria inocência que nos falta enquanto espécie.

* Geek Wisdom foi lançado em 2 de agosto deste ano e é editado por Stephen H. Segal. São 224 páginas que começam com uma citação famosa e se desdobram em reflexões sobre nossa cultura. Custa US$ 9,95 na Amazon.


[Via Gizmodo]